Fiquei tanto tempo sem escrever,e talvez vou decepcionar algumas pessoas,pois vou contar um fato muito triste que aconteceu comigo,e era menina.Era só alegria, e embora tivesse uns onze anos, trabalhava muito, pois como era a filha mais velha, tudo era para mim. Picar lenha para abastecer o fogão, também para o forno, para fazer pão, puxar água de um poço que tinha dez metros de profundidade. Me lembro que pegava o machado e saia pelas redondezas para picar lenha.Como era uma cidade recém fundada, e na época as pessoas não conheciam as leis ambientais, colocavam fogo, para limpar o terreno, queimavam arbustos, pequenas árvores, e ficavam tocos de quase um metro de altura. Eu gostava de meter o machado nesses tocos, e segurava com bastante força o cabo,e ia rodando em volta,para lascar a madeira, e como poderia escapar o machado e me machucar,>> o papai que estava observando á distância assobiava, e eu já sabia que estava fazendo o que ele aconselhara para não fazer. Dai então, rachava a lenha que estava deitada no chão... fazia um feixe,amarrava, e carregava até em casa. Eu torrava café meus filhos e netos, nem sabem o que é isso. Mas colocava-se uns tijolos no chão, no quintal, feito um tipo de fogão,mas baixinho, punha o café numa vasilha chamada torrador, e tinha uma manivela,e a gente tinha que ficar girando aquilo sobre os tijolos, onde havia fogo. Não podia parar, pois o café queimaria..O torrador, era um cilindro de latão, penso que deveria ter meio metro de comprimento, e dum lado, havia um ferro de uns dez centimetros, que atravessava o cilindro,e do outro lado era a manivela..então, era feito no tijolo, um vinco de dois ou mais centímetros de profundidade, para o tal ferro,ficar ali dentro, para poder girar o torrador..Só vendo para entender...Enquanto a gente torrava o café, era proibido beber água, diziam que "" estuporava """perguntava para mamãe o que era aquilo, dizia que a gente ficaria com a cara torta...e era nessa hora, que dava a tal da sede..Acho que levava meia hora, para torrar, a gente sabia, porque saia aquele cheiro gostoso do café..Dai a mamãe vinha, chacoalhava o cilindro prá lá e prá cá,não sei prá quê, e depois despejava numa bacia..Para fazer o café, ainda tinha que moer....a vida era dura, não é essa moleza de hoje, que tem tudo no super mercado...
Mas vamos ao caso do Pato que morreu Pelo Pinto...Mamãe tinha cabras, galinhas galo, e patos .O pato, quando transa,cai do lado, e o orgão sexual fica fora e é comprido, feito um espaguete...Eu observava aquilo, e infelizmente um dia, resolvi amarrar o pinto..No outro dia, o pato estava jururu, não queria comer, nem beber água, a mamãe falava que o que será que tinha o pato, e eu não podia falar, pois com certeza apanharia e com razão.Ninguém via nada, pois ele recolheu o pinto com linha e tudo...Coitadinho, quanto mal estar sentiu.No terceiro dia, pifou. Claro que nunca falei para mamãe o que eu fiz. Mas ela comentava com papai>>> e se for uma doença nova e matar todos os patos,que prejuizo, e eu lá com remorso, mas nunca contei, nem depois de adulta. .E a gente fica falando das crianças de hoje.....Se na época houvesse a união protetora dos animais, e descobrissem o que fiz, certamente sairia em letras garrafais nos jornais >>> O PATO PIFOU PELO PINTO...... Que péssimo exemplo esse meu.
Agora já é uma e vinte da madrugada e estou com sono. Tem mais histórias para eu contar.Tchau.
