segunda-feira, novembro 27, 2006

SEMPRE COM PAPAI

Sempre fui muito apegada ao papai.Como já escrevi antes, o ajudava qdo. trabalhava na máquina de beneficiar arroz.Qdo. o pessoal de Parapuã, começou a planejar uma igreja,pois casamentos e batizados tinham que ser feitos distante quarenta quilômetros,em Tupã,,papai foi um dos escolhidos para ser o festeiro, promovendo leilões, quermesses,etc.Escolheu umas pessoas,para pedirem prendas e ele mesmo foi uma delas e adivinhem quem foi com ele?Certo, eu,a gente ia nos sítios, a pé, pois não tinha condução.Eu adorava, pois íamos conversando,conhecíamos pessoas e casas diferentes.Os moradores nos convidavam para entrar, já serviam o famoso cafezinho...O papai explicava que estava pedindo prendas, para leiloar,ganhando assim dinheiro, para a construção da igreja..Vocês não imaginam o que as pessoas davam...Frangos,ovos,boi,porco.É isso mesmo..Depois, levavam com carroças até a cidade.
Eu meninota, em todas as casas que ia,pedia mudas de flores.Chegava em casa feliz, e já plantava..As pessoas nos davam bananas, mangas, abacaxis,a fruta da época, para levarmos para casa,pois para a quermesse,davam coisas mais valiosas.
Lembro-me que fomos na fazenda mais rica de lá, e entramos na casa, a empregada pediu licença, foi chamar o patrão, e eu que estava acostumada sentar em bancos e cadeiras de madeira, me sentei num sofá, e afundei e fiquei tão emocionada, que falei alto::papai, que coisa mais deliciosa, e ele, coitado acho que com medo dos moradores escutar, botou o dedo na boca, em sinal de silêncio.....Para mim, aquilo foi uma diversão....Coisas de criança.Deu vontade de experimentar todas as poltronas....e até pular.....
Foi feita a quermesse por diversos fins de semana, e lá está a igreja até hoje.Infelizmente não me lembro da padroeira da cidade.Tudo vale a pena quando a alma não é pequena, como disse o Fernando Pessoa....Contarei mais coisas do tempo de criança...até lá....

domingo, novembro 19, 2006

AINDA MENINA.....

Como escrevi anteriormente, Canaã,hoje Parapuã, era um patrimônio, como se falava na época,e havia poucos moradores,tudo era difícil, e acreditem, mamãe fazia pães, e adivinhem quem ia vendê-los?? é a ""Evanir""hoje,vovó caipirinha....Mamãe colocava numa bacia, cobria com uma toalha, e lá ia eu,com a bacia na cabeça. Isso acontecia só aos sábados , nos três primeiros, foi complicado oferecer, mas depois já tinha a freguesia cativa.Lembro -me de certa vez, que u'a menina, minha amiga, também como eu apelidada de Filinha, pediu para eu dar um pão, que ela me daria uma meada de linha...Fiquei empolgada com o negócio, pois achava que mamãe ficaria feliz, pois ela bordava....Mas ficou brava, e falou que a linha não resolvia a situação, que teria que ser grana !!!, felizmente, não precisei desmanchar o negócio, mas o pior, foi descoberto depois....minha xará, havia ""roubado a tal meada,da mãe....""e o engraçado, é que a garota, comeu o pão, sozinha,e era grande !!!Coitada, se chegasse em casa com ele, teria que falar a verdade. Eu não apanhei,mas ela sim, depois de uma semana,quando a mãe precisou da linha....rsrsrs.
Estou alegre, pois sei que amanhã vou tomar uma caipirinha, irei com a irmã Weida,com o filho dela o Marcos e sua esposa a Christiane,para o litoral, pois vão assinar uma escritura, e almoçaremos fora...Em almoçando aproveito a birita..Sozinha, nunca tomei caipirinha,não tem graça...
Tudo de bom para quem ler este texto, e deixo um beijo, e noutro dia escreverei mais um pouco...TCHAU

segunda-feira, novembro 13, 2006

RECORDANDO

Em 1938 e uns meses,nos mudamos da cidade de Vera cruz,interior de S.P.,para Canaã,hoje, Parapuã,patrimônio fundado pelo ricaço daquela época, o Sr. Souza Leão....Eu tinha só dez anos.Papai, aproveitando os incentivos que o fundador da cidade dava aos que primeiro colocassem empresa, ou indústria no local, que era um terreno, e parece-me que uns milheiros de tijolos para construir casa, ou qualquer outra coisa, foi colocar u'a máquina de benefício de café,pois sempre trabalhou nisso. A máquina era TONANI, (olha a propaganda ) com certeza não existe mais. Era época de guerra,e a máquina era tocada por gasogênio....Não tenho a menor idéia de como era, só sei que tinhamos que queimar lenha num buraco de uns 3 x 3 ms, por uns 2 m de fundos, e qdo essa lenha virava brasa, levava horas, claro,dai o papai colocava uma folhas de zinco sobre elas, e ele, eu e mamãe, tinhamos que jogar terra rapidamente ,até cobrir tudo.Papai dizia que se ficasse uma frestinha ali, as brasas virariam cinzas, então, tínhamos que colocar toda a terra que estava ao lado,terra essa,tirada ,qdo. foi feito o tal buraco.Passavam dias, dai nós íamos retirar o tal carvão.Era novamente, papai,mamãe e eu. Esse carvão tinha que ser peneirado.Eu ajudava pouco, pois era criança...~Era ensacado, e não me perguntem, como era usado para tocar a tal máquina..O pior, é que tinha que ser mantido um tambor de 200 litros, sempre cheio de água,adivinhem quem era incumbida de deixá-lo sempre cheio??a vovó caipirinha....E a gente puxava água de um poço de nove metros de profundidade, com sarilho e corda. Meus netos vão ler isto, e não vão entender o que é....
Mas eu era tão feliz,aprendi nomes de ferramentas, chaves, pois papai sempre pedia para levar, qdo. estava consertando as coisas, principalmente uma tal correia que sempre rebentava, e que tocava a máquina.
Nessa cidade não havia escola. A mamãe foi a primeira professora.Era leiga, mas foi procurar alunos,de casa em casa. e foi na cidade de Tupã,falar com o tal Leão,pois Canaã, era distrito, e ela então, dava aulas para 65 alunos no primeiro ano, sem carteiras, sem lousa, sem o mínimo de conforto.Veio no final do ano, pessoas do ensino de Tupã, fazer provas para os alunos.Mamãe alfabetizou dezenas,e deu aula para segundo ano também de crianças que tinham vindo de outras cidades,No ano seguinte, já foi oficializada a escola.Mamãe se aposentou depois de anos, e foi homenageada por isso, e na sua morte, foi dado terreno pérpétuo.Qdo. vou em Parapuã, claro, vou visitar seu jazigo.....Outro dia contarei mais coisas dessa época de minha meninice,pois não sei me expressar com poucas palavras e vocês devem estar cansados de tento ler....tchau

sexta-feira, novembro 03, 2006

ALGUMAS LEMBRANÇAS

Não me lembro onde morávamos, mas era num sitio, pois o papai era administrador, era perto de uma cidade chamada Pindorama,onde meu irmão Mirthô nasceu em 1929.
Será que quem está lendo este texto sabe que as vacas,( bois também....uai...) comem coquinhos?Então nesse sítio, no pasto havia coqueiros..Para quem não sabe, é deles que se extrai o palmito, hoje proibido. Atualmente, existem fazendas com plantação de POPUNHA,que dá um palmito delicioso..No mercado central daqui da capital, vende-se dele .É bem mais gostoso que o comum. Pois bem.Sabe o que fazíamos, a mamãe , eu e o Mirthô ?Íamos no pasto, procurar coquinhos, pois o gado soltava-os no cocô...limpinhos !!!! Ficávamos apostando quem achava mais...Quanto mais longe tinha o monte de cocô, mais gostávamos, era uma aventura...Adivinha o que era feito com eles? A mamãe colocava-os numa bacia com água, e os lavava, depois quebrava-os um a um, para fazer cocada!!!!Naquele tempo, a gente nem sabia o que era liquidificador,para moê-los, então ela fazia uma calda bem grossa de açúcar com eles ,e para nós era uma festa. Coisa de pobre como diriam alguns..
Nesse mesmo lugar, havia um rio ,calculo que teria no máximo cinco metros de largura, uma água limpinha,e para irmos do outro lado, sempre com mamãe, passávamos por cima de uma tora.Deveria ser o tronco de uma árvore, claro.As vezes, mamãe agachava, e pegava água com uma caneca verde de ágata!!E nós bebíamos, era fresquinha..Lembro me que a caneca era verde.Que saudades, e hoje, fico pensando da coragem de nós crianças, atravessar sobre um tronco redondo, com certeza, porque confiávamos na mamãe,que nos incentivava a irmos do outro lado. Essa travessia, acontecia esporádicamente.....saudades,quantas saudades,dos tempos que já lá vão,minha vida de criança, minhas bolhas de sabão...
Aguardem, escreverei mais....Beijos.

quarta-feira, novembro 01, 2006

DESOBEDIÊNCIA...

Morávamos num lugar chamado Córrego do Uru, onde também papai era maquinista e benificiava café,era empregado.Vivíamos os cinco::papai,mamãe,eu,Mirthô e o caçulinha, Wilson Carlos Me lembro que nós três tivemos sarampo, a casa em que morávamos era de chão,(haverá gente que vai ler isto, e não sabe, o que é piso de chão...)Era crendice popular, mas coincidentemente, aconteceu..Diziam que quando um cachorro fizesse buraco, cavoucasse, debaixo duma cama, a pessoa que dormia nela, morreria. Infelizmente, foi o que aconteceu com o nosso irmãozinho. O sarampo complicou com desinteria, (que hoje talvez é a tal da desidratação..) e não aguentou. Me lembro que mamãe vivia chorando, mas nós éramos crianças, e não sofríamos..
Junto da máquina de beneficiar, havia um grande galpão, e era coberto de zinco e o papai sempre nos aconselhava para não subirmos lá, pois além de cair, fazia muito barulho nas folhas, e o patrão poderia chamar sua atenção Eu sempre danada, um dia estava lá em cima, pulando fazendo a maior zoeira e papai foi lá, me pegou de surpresa, já com a cinta dobrada, na mão, mas escapou a ponta onde havia a fivela, acertou no meu pé,e sangrou..Claro,dai ele ficou preocupado.Fui prá casa, e outra bronca da mamãe,SEMPRE APRONTANDO,NÉ,FILINHA???
Já contei da tulha, que eu era inocente, e neste caso, fui desobediente, mas não quero que pensem que papai era carrasco, naquele tempo, era assim que se ensinava os filhos...
A cada dia, vou colocando alguma coisa,do meu tempo de criança....O apelido do Mirthô até hoje é Nenê e o meu, continua Filinha......Mamãe se chamava Elza, e papai Eleuthério. Tchau.