segunda-feira, novembro 13, 2006

RECORDANDO

Em 1938 e uns meses,nos mudamos da cidade de Vera cruz,interior de S.P.,para Canaã,hoje, Parapuã,patrimônio fundado pelo ricaço daquela época, o Sr. Souza Leão....Eu tinha só dez anos.Papai, aproveitando os incentivos que o fundador da cidade dava aos que primeiro colocassem empresa, ou indústria no local, que era um terreno, e parece-me que uns milheiros de tijolos para construir casa, ou qualquer outra coisa, foi colocar u'a máquina de benefício de café,pois sempre trabalhou nisso. A máquina era TONANI, (olha a propaganda ) com certeza não existe mais. Era época de guerra,e a máquina era tocada por gasogênio....Não tenho a menor idéia de como era, só sei que tinhamos que queimar lenha num buraco de uns 3 x 3 ms, por uns 2 m de fundos, e qdo essa lenha virava brasa, levava horas, claro,dai o papai colocava uma folhas de zinco sobre elas, e ele, eu e mamãe, tinhamos que jogar terra rapidamente ,até cobrir tudo.Papai dizia que se ficasse uma frestinha ali, as brasas virariam cinzas, então, tínhamos que colocar toda a terra que estava ao lado,terra essa,tirada ,qdo. foi feito o tal buraco.Passavam dias, dai nós íamos retirar o tal carvão.Era novamente, papai,mamãe e eu. Esse carvão tinha que ser peneirado.Eu ajudava pouco, pois era criança...~Era ensacado, e não me perguntem, como era usado para tocar a tal máquina..O pior, é que tinha que ser mantido um tambor de 200 litros, sempre cheio de água,adivinhem quem era incumbida de deixá-lo sempre cheio??a vovó caipirinha....E a gente puxava água de um poço de nove metros de profundidade, com sarilho e corda. Meus netos vão ler isto, e não vão entender o que é....
Mas eu era tão feliz,aprendi nomes de ferramentas, chaves, pois papai sempre pedia para levar, qdo. estava consertando as coisas, principalmente uma tal correia que sempre rebentava, e que tocava a máquina.
Nessa cidade não havia escola. A mamãe foi a primeira professora.Era leiga, mas foi procurar alunos,de casa em casa. e foi na cidade de Tupã,falar com o tal Leão,pois Canaã, era distrito, e ela então, dava aulas para 65 alunos no primeiro ano, sem carteiras, sem lousa, sem o mínimo de conforto.Veio no final do ano, pessoas do ensino de Tupã, fazer provas para os alunos.Mamãe alfabetizou dezenas,e deu aula para segundo ano também de crianças que tinham vindo de outras cidades,No ano seguinte, já foi oficializada a escola.Mamãe se aposentou depois de anos, e foi homenageada por isso, e na sua morte, foi dado terreno pérpétuo.Qdo. vou em Parapuã, claro, vou visitar seu jazigo.....Outro dia contarei mais coisas dessa época de minha meninice,pois não sei me expressar com poucas palavras e vocês devem estar cansados de tento ler....tchau

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei, mas conta do colégio interno, tem muitos acontecimento, c/quando fugias, ou quando ia vender livros e outras que irá se lembrar.
Continua a escrever pois o faz muito bem